O céu ri da minha confusão e eu apenas limito-me a retornar um
sorriso amarelo
Cheio de condescendia e solicitude diante da minha
incapacidade de importar-me
Esse pequeno globo azul gira por puro costume e cá estamos
buscando sair do lugar
Sem, de fato, o fazer...
A gravidade já não
surte mais efeito e meus pés desacostumaram da firmeza do solo
Cogitando relativismos geográficos, obedecendo a máxima “sem
pé, nem cabeça”
A chuva não cai, ela apenas escorre de grandes bolsões de dor
e alivio simultâneos
Já não insisto em entender a incógnita em Teus olhos
milenares...
Aquela criança que por anos escondeu o pranto em um armário
apertado
Ausente de tempo, alheia a lógica adulta
Ainda encontra-se perdida sob a abóbada celeste
Contemplando saudades distantes
Apenas trocou a escuridão fechada pelo contraste entre os
luzeiros e tons negros da noite.
Ela ainda flutua envolta pelas melodias do velho piano de
carvalho
Crente, por alguns segundos, em seu não existir
Com botões da física universal desligados
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